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Caso Mãe Gilda março 16, 2011

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Assim ficou popularmente conhecido e divulgado até internacionalmente, a absurda ação de intolerância religiosa praticada pela Igreja Universal do Reino de Deus – Iurd contra a Iyalorixá Gildásia dos Santos e Santos – a Mãe Gilda.

Moradora e fundadora do Ilê Axé Abassá de Ogum, Terreiro de Candomblé localizado nas imediações da Lagoa do Abaeté, bairro de Itapuã, Salvador (BA), Mãe Gilda tinha uma vida discreta desde o ano de 1996 quando fundou o terreiro, iniciando sua prática religiosa naquele local.

A agressão
Mãe Gilda exercia suas práticas religiosas cotidianamente e sua Casa era freqüentada por adeptos moradores da comunidade, como também por aqueles oriundos até de outros estados.

A saga do Abassá de Ogum, hoje emplacada pela atual Iyalorixá Jaciara Ribeiro dos Santos, filha consangüínea de Mãe Gilda, iniciou quando esta resolveu participar das manifestações públicas e populares pela reivindicação do impeachment do então presidente da república brasileira, Fernando Collor de Mello. A campanha ficou conhecida como o ‘Fora Collor’, na década de 1990, e contou com a participação ativa de milhares de cidadãos brasileiros em todo o território nacional contendo diversas expressões, das mais variadas vertentes populares e/ou governamentais, como forma de demonstrar a insatisfação com a situação e garantir a destituição do presidente. Tudo muito divulgado na imprensa, com ampla cobertura na mídia televisiva, escrita e nas demais formas de comunicação.

Entretanto, foi a forma de expressão da Mãe Gilda eleita pela Iurd para atacar o povo do Candomblé na sua crença e manifestação prática da sua religiosidade.

A revista Veja publicou matéria em 1992, em que aparecia uma foto de Mãe Gilda, trajada com roupas de sacerdotisa, tendo aos seus pés uma oferenda como forma de solicitar aos orixás que atendessem às súplicas daquele momento. A Iurd publicou essa fotografia no jornal Folha Universal, em outubro de 1999, associada a uma agressiva e comprometedora reportagem sobre charlatanismo, sob o título: “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A matéria afirmava estar crescendo no País um “mercado de enganação”. Nesta reportagem, a foto da Mãe Gilda, aparece com uma tarja preta nos olhos. A publicação dessa foto marca o início de um doloroso, porém definidor processo de luta por justiça da família e de todos os religiosos do Candomblé.

A repercussão
A Folha Universal tinha na época uma tiragem de 1.372.000 unidades, ampla e gratuitamente distribuídas. Ora, inevitavelmente a comunidade local tomou conhecimento da reportagem e, por uma falta de compreensão do que estava acontecendo, até integrantes de sua própria comunidade interpretaram que a Mãe Gilda havia se convertido e estava pregando contra sua religião, pois sua foto estava naquele veículo. Qual a conseqüência disso? O descrédito e afastamento de fiéis! E mais: dada a fragilidade do momento, adeptos de outras religiões sentiram-se no direito de atacar diretamente a casa da Mãe Gilda, agredindo-a e ao seu marido, verbal e fisicamente, dentro das dependências do Terreiro, até quebrando objetos sagrados lá dispostos.

Diante destes fatos, com a saúde fragilizada, Mãe Gilda não suportou os ataques: seu estado piorou e ela veio a falecer no dia 21 de janeiro de 2000.

A luta contra a intolerância religiosa: mobilização e conquistas
Logo após o reconhecimento da agressão à Mãe Gilda, sua filha, Jaciara Ribeiro dos Santos, moveu uma ação contra a Iurd, por danos morais e uso indevido da imagem. Procurados por Jaciara, os advogados de KOINONIA (convênio com a Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – AATR) passaram a representar a família na ação, por meio da assessoria do Programa Egbé Territórios Negros. O falecimento de Mãe Gilda se deu no dia seguinte em que assinou a procuração constituindo seus advogados para defender o caso, em clara expressão do seu desejo por reparação.

É exatamente a partir deste momento, quando KOINONIA assume a defesa do Caso Mãe Gilda, que o tema da intolerância religiosa passa a ser discutido, numa mudança perceptível no comportamento de diversos segmentos da sociedade, que se engajam nessa luta, se apropriando do tema que há muito tempo precisaria sair do anonimato.

Após o período de luto e de atividades sucessórias, assumiu a Iyá Jaciara.
Atualmente, como forma de reconhecimento, inicialmente do Município de Salvador e posteriormente, do Governo Federal, foi instituído o 21 de janeiro como o Dia de luta contra a intolerância religiosa. Data em que pessoas de diferentes credos, raças, etnias, sexo celebram mais um passo a favor da dignidade humana para compartilhar caminhos que possibilitem o enfrentamento a essa vergonha, que se alastra de forma ampla, geral e irrestrita: a Intolerância Religiosa.  Esta forma nefasta de impedir a livre expressão religiosa individual e coletiva garantida por lei, é desrespeitada por vários setores da nossa sociedade. Inclusive por instituições religiosas que, apesar de pregarem princípios de amor ao próximo, solidariedade e respeito, não estão devidamente preparadas para responder a esse desafio e acabam por demonstrar preconceitos e descriminar a partir de posturas institucionais, como o caso de Mãe Gilda, que hoje serve de inspiração e símbolo de luta para todos nós.

Cinco anos depois do início do processo, em 2004, a Iurd foi condenada em primeira instância, ficando estabelecido o ganho de causa da ação de Mãe Gilda. A sentença,  favorável à ação indenizatória, pode ser descrita resumidamente:

  1. Condena a Iurd e a sua Gráfica a publicar a sentença na capa e encarte do Jornal Universal e por duas tiragens consecutivas;
  2. Condena a Iurd e a sua Gráfica a indenizar a família em R$ 1.372.000 (fazendo a equivalência de R$ 1,00 para cada exemplar da Folha Universal distribuído), reajustáveis pelo Inpc desde 1999;
  3. Determina que o Ministério Público abra processo criminal contra a IURD.

Em apelação na segunda instância – Tribunal de Justiça da Bahia – pela Igreja Universal e sua gráfica, o processo ficou sem resposta até maio de 2005, quando o povo do Candomblé realizou um ato público em frente ao Tribunal de Justiça da Bahia para reivindicar a agilização da decisão do tribunal.

Em 6 de julho do mesmo ano, saiu a decisão sobre o caso:  o Tribunal de Justiça da Bahia julgou e condenou, por unanimidade, a Igreja Universal do Reino de Deus por danos morais e uso indevido da imagem da Iyalorixá Mãe Gilda. O resultado do julgamento ratificou, por unanimidade, a decisão da 1ª Instância, apenas reduzindo o valor da indenização para R$ 960.000,00.

A sessão do julgamento foi assistida por dezenas de pessoas, entre familiares e amigos de Mãe Gilda, freqüentadores de Terreiros de Candomblé, militantes de movimentos sociais, estudantes e jornalistas que foram agraciados com o reconhecimento de que a condenação estava relacionada a um caso inquestionável de intolerância religiosa. Assim, a sentença configura não só a vitória de uma causa pessoal, como também coletiva: para todos aqueles que acreditam na convivência harmônica e respeitosa entre as religiões.

Insatisfeita com o resultado, a Iurd recorreu da decisão, apelando para Superior Tribunal de Justiça – STJ em Brasília, bem como ao Superior Tribunal Federal – STF. Este último não aceitou o pedido, julgando-o improcedente.

Após 9 anos de luta e diversas mobilizações públicas reivindicatórias do desenrolar do processo, no dia 16 de setembro deste ano de 2008, saiu a decisão da 3ª instância: o Superior Tribunal de Justiça confirmou, também por unanimidade, a condenação da Igreja Universal do Reino de Deus, em que esta fica obrigada a publicar retratação no jornal Folha Universal, e a pagar indenização,  reduzida de R$ 1,4 milhão, conforme decisão da 1ª instância, para  R$ 145.250,00.

A enorme redução dos valores arbitrados para pagamento indenizatório merece questionamento. Sendo quantia modesta para os padrões da referida igreja, não causará impacto relevante em seus cofres, e, portanto pode não cumprir a função de evitar ataques futuros. Apesar disso, reconhecemos que a sentença representa um ganho político e social sem precedentes na história do País, que vem reafirmar os direitos garantidos pela constituição brasileira da liberdade de expressão e contra qualquer tipo de discriminação. Trata-se, portanto, da vitória de um povo que, historicamente, sofreu e ainda sofre este e outros tipos de preconceito; que mesmo depois de cessadas as perseguições policiais ainda continuava sem liberdade de expressão religiosa.

O processo ainda está em fase de recurso, porém a vitória é certa e merecida na luta contra a intolerância religiosa!

Jussara Rego, assessora e coordenadora regional do programa Egbé Territórios Negros de KOINONIA.

Box:
Da legislação

Constituição Brasileira:
… VI. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias;…

VIII. Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Código Penal:
Título V, Cap.I “Dos crimes contra o sentimento religioso (ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo).
Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso.

O Tempo Passa Rápido Por Rubens Saraceni março 16, 2011

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O Tempo passa muito rápido em nossa vida e temos que aproveitar cada hora e cada oportunidade para enriquecer nossa existência e nossa passagem pela matéria, fazendo o que gostamos e que é útil para nós e nossos semelhantes.

Nisso acredito e assim tenho procedido a vida toda, só raramente desviando minha atenção desta minha linha de procedimento, mas sempre por causa do que acontece à minha volta e que independe da minha vontade.

 

Minha dedicação e objetividade ao que faço despertam a admiração dos que me conhecem porque não entendem como alguém consegue fazer tantas coisas ao mesmo tempo e lidar de forma positiva e construtiva com tantas pessoas.

Por semana, conduzo e coordeno dez grupos de estudos dentro do Colégio de Umbanda, onde reúno mais de três mil pessoas que estudam comigo Umbanda e Magia.

Dirijo um trabalho religioso umbandista pelo qual passam cerca de mil e quinhentas pessoas, que são atendidas pelos Guias espirituais dos médiuns do nosso Centro.

Faço um programa de rádio semanal na Rádio Mundial FM 95.7 (As Segundas Feiras 10:30hs), a mais de dez anos.

Periodicamente publico algum livro novo.

Escrevo alguma coisa quase que diariamente (quando sobra tempo).

Com o Alan, publicamos esse Jornal virtual a cada quinze dias.

Atendo antes e depois das aulas a dezenas de alunos, dando-lhes orientações, esclarecendo suas duvidas e auxiliando-os na solução de problemas do dia a dia.

Tudo isso faço com a alegria e satisfação porque sou uma pessoa alegre e feliz e estou fazendo o que gosto e o faço com prazer.

Na verdade, lido com quase cinco mil pessoas por semana e não tenho muito tempo livre para a minha família, para passeios e lazer.

Meu passeio é ir de casa ao Colégio e meu lazer é dar as minhas aulas e orientar as pessoas.

 

Sinto-me feliz por fazer com intensidade o que gosto e sou grato a Deus por Ele ter sido tão generoso comigo, assim como O agradeço pela imensa legião de pessoas que Ele encaminhou para mim e que se tornaram meus amigos e irmãos espirituais.

Se outra vida eu vier a ter no futuro distante, espero que mais uma vez Deus seja tão generoso comigo, porque assim novamente me sentirei feliz e realizado como seu filho e seu servo, dedicado aos seus mistérios.

Fazer o que gosto e com tanta intensidade me realiza como ser humano me alegra e me faz feliz, muito feliz!

Com Deus eu me realizo e poder servi-Lo intensamente alegra-me!

Publiquei meu primeiro livro, intitulado “HASH MEIR O GUARDIÃO DO TEMPLO DA DEUSA DOURADA” em 1991.

E desde então outros sessenta livros já foram publicados, abordando os mais variados temas espiritualistas, religiosos e magísticos.

 

Iniciei a Magia Divina, com seus 21 graus, em 1999 e só agora, em 2011, estou concluindo seu 21º grau.

Foram 12 anos de ensino de Magia quase que diário porque dois dias por semana são dedicados à Umbanda, ao desenvolvimento de novos médiuns e ao atendimento com meus Guias Espirituais às pessoas necessitadas de auxilio espiritual ou de orientação.

Pisei em um Terreiro de Umbanda quando tinha 13 anos e hoje estou com 60 anos de idade.

Já auxiliei milhares de médiuns umbandistas no desenvolvimento de suas mediunidades de incorporação e muitos deles hoje dirigem seus próprios centros de Umbanda.

 

Já formei em meu curso de Doutrina, Teologia e Sacerdócio de Umbanda milhares de pessoas, sendo que centenas delas hoje dirigem seus centros, multiplicando e expandindo a Umbanda.

Muitos milhares já se iniciaram na Magia Divina, um sistema prático de trabalhos magísticos que vem conquistando muitos adeptos, devido ele ser simples, prático e muito útil às pessoas.

Pois bem! Como diria Confúcio:

“Escolhe um trabalho que gostes e não terás que trabalhar nenhum dia de tua vida.”

 

Logo “O Tempo Passa Rápido”, quando fazemos o que gostamos e nos dá prazer…

outubro 12, 2010

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“Não se apresse em acreditar em nada,

mesmo se estiver escrito nas escrituras sagradas.

Não se apresse em acreditar em nada

só porque um professor famoso que disse.

Não acredite em nada apenas porque

a maioria concordou que é a verdade.

Não acredite em mim.

Você deveria testar qualquer coisa que as pessoas dizem

através de sua própria experiência antes de aceitar ou rejeitar algo.”
Siddartha Gautama, o Buddha

 

Aniversário outubro 11, 2010

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Hoje é dia da aparição da Virgem de FÁTIMA quando receber este e-mail  reze uma ave Maria faça um pedido especial à Virgem de Fátima.
Ore:
Ave Maria cheia de graça senhor é convosco, Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre Jesus. Santa Maria mãe de Jesus rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém!

A história…por Douglas Fersan outubro 11, 2010

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O Texto abaixo é de nosso irmão Douglas Fersan,

Aproveito esta oportunidade e convido a todos para visitar seu Blog – Umbanda em Debate

http://umbandaemdebate.blogspot.com/

 

A História da Umbanda

Um Serviço de Alexandre Cumino à Comunidade Umbandista

Por Douglas Fersan

 

Como contar a história da Umbanda, uma religião tão paradoxal?

Antes que me critiquem por dizer que a Umbanda é paradoxal, é preciso apresentar argumentos que justifiquem tal afirmação. Ao mesmo tempo em que tem suas raízes aprofundadas nas tradições populares, a Umbanda cada vez mais vem se elitizando e exigindo conhecimento – adquirido principalmente nos terreiros, aos pés das entidades, mas de outras fontes também. Mesmo tendo surgido entre as camadas mais populares da sociedade, hoje é possível observar a existência de inúmeros letrados nos terreiros. Ao mesmo tempo em que se confunde com a história da formação cultural brasileira, a Umbanda tem a sua própria história mergulhada num obscurantismo que gera dúvidas e até controvérsias entre seus seguidores.

Isso diminui a Umbanda ou faz dela uma religião ilógica?

De maneira alguma. Toda centelha que acenda o debate é importante no sentido de enriquecer o conhecimento sobre o assunto, e esses pequenos detalhes não mudam a essência da Umbanda, que reside na prática do bem, da caridade verdadeira, na oportunidade de espíritos encarnados e desencarnados trabalharem no auxílio dos necessitados e no próprio progresso ético e moral.
No entanto, um resgate da história da Umbanda se faz necessário – não se trata aqui da velha polêmica de codificar ou estabelecer paradigmas doutrinários aos cultos umbandistas, e sim de manter viva a memória de nossos cultos e de nossa crença, para que ela seja respeitada como tal, e não tratada como folclore ou crendice.
Independente da forma como cada casa realiza seu culto (pois bem sabemos que cada terreiro é um universo umbandista), é de vital importância que saibamos quem somos, de onde viemos e de que forma construímos nossas tradições. O universo dos orixás e das entidades de Umbanda ainda constitui um mistério para grande parte da população e, arrisco dizer, até mesmo para alguns umbandistas. Foram poucos os trabalhos que primaram pela memória da crença do chamado “povo do santo”; cito, sem medo algum de errar, os nomes de Pierre Verger e Reginaldo Prandi (autor do belíssimo A Mitologia dos Orixás, fruto de uma preciosa e admirável pesquisa), no entanto esses dois autores têm seu trabalho mais voltado para o Candomblé, o que não deixa de ser útil e pertinente aos nossos estudos, mas a Umbanda ainda fica um pouco órfã de uma literatura séria sobre suas origens.

A fim de preencher essa lacuna, nesse ano foi lançada a obra “A História da Umbanda – Uma Religião Brasileira”, do já conhecido e respeitado sacerdote Alexandre Cumino, autor de outros livros, como “Deus, Deuses e Divindades” e “Deus, Deuses, Divindades e Anjos”.

Não se trata de apenas mais um livro sobre Umbanda. Esses existem às dezenas e quase todos de qualidade duvidosa. Trata-se do resultado de um estudo histórico, concluído através de pesquisas e entrevistas, ou seja, é um trabalho sério, um verdadeiro serviço aos umbandistas.

Autor não apenas de livros, arrisco dizer que Alexandre Cumino é o maior divulgador da Umbanda na atualidade, principalmente através do JUS – Jornal de Umbanda Sagrada – um periódico gratuito de excelente qualidade e conteúdo e que tem esclarecido muitos irmãos-de-fé em algumas questões, além de desmistificar a nossa religião para os leigos, que graças à sua leitura, deixaram de nos tratar como feiticeiros ou meros “macumbeiros”, enxergando parte da riqueza de nossa crença e rituais.

Que a honestidade e a seriedade com que Alexandre Cumino trata a Umbanda em sua vida e, especialmente no seu novo livro, sejam o ponto de partida para que outros irmãos valorizem a religião e lutem pela sua memória e dignidade, levando ao mundo inteiro a Bandeira de Oxalá.

Douglas Fersan – outubro de 2010.

A História da Umbanda outubro 11, 2010

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Palestra

A História da Umbanda

com

Alexandre Cumino

Local: Núcleo Mata Verde – Templo de Umbanda

data: 23 de outubro de 2010 (Sábado)

Horário: 19:00hs

Endereço: Rua 13 de Maio 8A – Santos/SP

Contatos: (13) 9127-4155

e-mail: contato@mataverde.org

Alexandre Cumino é sacerdote Umbandista, escritor e diretor do Jornal de Umbanda Sagrada.
Na oportunidade será lançado em Santos o livro “A História da Umbanda” Ed. Madras.
Maiores informações no site
www.mataverde.org .

Entrada Franca

Tiririca e Tropa de Elite 2 outubro 11, 2010

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1.300.000

(Um Milhão e Trezentos Mil Votos)

Este o numero de votos que elegeu o deputado mais votado do Brasil.

Tiririca

Embora este nem seja o seu nome, lhe foi permitido usá-lo para as eleições.

“Tiririca” não é uma pessoa e sim um personagem, muito popular em todo o Brasil,

Criado por Francisco Everardo Oliveira e Silva

Ainda há duvidas se ele sabe ler e escrever e se ainda há este tipo de duvida

É bem capaz que seja realmente limitado, por demais, alfabeticamente falando.

Sua campanha levou junto vários outros candidatos  a se elegerem por conta da legenda.

Esta votação quer dizer muita coisa sobre a sociedade em que vivemos.

Ouvi estes Dias que esta votação tem a ver com o fato que tem 1.300.000 tiriricas que se identificaram com ele.

Mas é certo que muitos votaram no tiririca em sinal de protesto, seja pelo fato de não entenderem como funciona

Esta complicada sociedade ou por terem absoluta certeza que há muito dinheiro publico que

Nunca volta a quem lhe tem direito ou em outras palavras nunca alcança o fim a qual deveria ser destinado.

Quem e quantos de nós pode compreender em que mundo estamos?

E ao compreender o que fazemos com este sentimento de impotência perante a “máquina”?

Tudo isso para dizer que fui hoje assistir

O Filme Tropa de Elite 2

É um filme para adultos e eu diria mais…

É um filme para quem pretende entender melhor que sociedade é esta,

Mas é também um encontro com pessoas que como nós se perguntam:

O que podemos fazer, para mudar ou para mostrar esta realidade a outros

Que se identificam com nós, os questionadores do que está  e foi estabelecido antes de nós chegarmos aqui.

Realmente está muito difícil viver neste mundo da forma como “nós” o organizamos.

Compreendi, de meu ponto de vista, que este é um “filme denuncia”,

Embora logo no inicio do filme aparece escrito que

“qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência”.

Pois para mim este filme é o retrato mais fiel da sociedade que vivemos.

Esta que elegeu o Tiririca, esta que não emplacou o “ficha limpa”…

Esta que não dá ao povo o que é do povo, pois com certeza com nossa “receita”

Haveria de ter o suficiente para fazer escola e hospital para todos.

Mas somos obrigados a ter planos de saúde, convenio Médico, e

Gastar boa parte de nossas rendas para colocar os filhos em uma boa escola

Pois se não fizermos este investimento eles poderão receber aulas de professores desestimulados

Que não vão ensinar a eles o principal, amor ao conhecimento e a sensação de poder

Ao adquirir cultura e informação.

Que País é Este?

Creio que este estado de coisas está generalizado no mundo ocidental.

O que é o Mutirão de Legalização dos Terreiros? setembro 14, 2010

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Olá a todos,

Encaminho abaixo um texto importante,

Sobre a legalização dos terreiros,

Por parte da Prof. Valéria Teixeira.

Muitos querem se legalizar e não sabem como,

Outros reclamam de discriminação quando o problema

É falta de informação e terceiros tiram proveito da

Situação em detrimento da dignidade alheia.

Alexandre Cumino

MUTIRÃO DE LEGALIZAÇÃO DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS

DE TERREIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Por Valeria Teixeira

Mas, afinal, o que é esse tão falado mutirão?

Causador de tantas polêmicas!!!

(mais…)

Coletivo SS – Expressão Cultural setembro 4, 2010

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Oque é cultura?Qual o papel do jovem na socidade?Conheça a música Expressão Cultural do grupo coletivosulsudeste .

Sabedoria do dia agosto 23, 2010

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“O que mais me preocupa

não é o grito dos violentos,

dos corruptos,

dos desonestos,

dos sem caráter,

dos sem ética.

O que mais me preocupa

é o silêncio dos bons.”

(Martin Luther King)

Oxalá nos ampare, guie, proteja e abençoe.

Alexandre Cumino .’.

alexandrecumino@uol.com.br

AGENDA DE CURSOS – TEMPLO DA LUZ AZU agosto 18, 2010

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Cursos no Butantã – São Paulo – SP

Templo da Luz Azul

CURSO – DOUTRINA UMBANDISTA

MINISTRANTE: Pai Cláudio Vieira

DATA: 17/08/10 – 3ª. feira

HORARIO: 20h30

DURAÇÃO: 01 MÊS

CURSO – POMBAGIRA E EXU MIRIM

MINISTRANTE: Alexandre Cumino

DATA: 11/09/10 – Sábado

HORARIO: 14h00

CURSO – PORTAL DE LUZ DO MISTÉRIO VEGETAL

MINISTRANTE: Mãe Mônica Berezutchi

DATA: 12/09/10 – Domingo

HORARIO: 10h00

Templo da Luz Azul

Rua Pirajussara, 411 – Butantã/SP

Trav. Av. Vital Brasil – Em frente ao cartório do Butantã

Para participar dos cursos é necessário que seja feita a inscrição antecipadamente !!!

Retorne esse email com seu nome e fone para contato !!!!

Vagas Limitadas.

CENSO 2010: Retificando uma informação – O que está por detrás desta confusão? agosto 18, 2010

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Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,

Na última sexta-feira escrevemos o texto “Questões polêmicas sobre o Censo 2010 – Vamos fazer militância!” que repercutiu bastante nos fóruns de internet. Ficamos felizes com o desdobramento, não pelo nosso texto em si, mas pela preocupação ter sensibilizado para uma discussão importante: Saber quantos somos!

Qual não foi a minha surpresa ao ler as palavras do Alex de Oxóssi – um dos funcionários do IBGE e umbandista – diferentes da que o próprio IBGE informa em seu FAQ (Frequently Asked Questions – Perguntas Frequentes). Ao irmão planetário Alex de Oxóssi agradeço as preciosas informações e desde já dispenso a necessidade de passar para o CONUB a sua matrícula. Sua palavra é suficiente para acreditarmos nas informações trazidas pelo email que estou anexando. Mais uma vez obrigado.

Pois bem, entrei em contato com o 0800 do IBGE para verificar qual informação o atendente prestaria: a que está no FAQ ou a que os funcionários recenseadores estão executando. O atendente da Central de Atendimento informou que o procedimento dito pelo Alex era o correto.

Sendo assim, gostaríamos de retificar o nosso posicionamento inicial. Só é possível responder o questionário ampliado (possuidor da questão culto/religião) quem for sorteado para respondê-la. Mesmo acessando a internet, não será possível respondê-la aquele que fora abordado pelo questionário simplificado.

Agora diante de tanta desinformação, de tantos encontros e desencontros, fica uma dúvida. Por que este processo de recenseamento envolvendo questões religiosas está tão complicado?

A FTU discute estes assuntos faz tempo, tendo como consequência direta os debates ensejados pelas palestras do prof. Reginaldo Prandi e do Prof. Marcelo Camurça durante o I Congresso de Umbanda do Século XXI no ano de 2008, onde vários dados do censo de 200 no aspecto culto/religião foram desdobrados.

Não somos adeptos de teorias conspiratórias, mas é muito estranho como a abordagem do fator religião em todos os censos que o contemplaram. Para este censo que já está no ar, pouco pode ser feito a não ser reclamar pelo email censo2010@ibge.gov.br. Mas cabe a todos nós, nos mobilizarmos para que o próximo seja realizado com critérios mais justos e, principalmente, transparentes.

Ps: Ao irmão Alex de Oxóssi, agradecemos o relato e voto de confiança no CONUB.
Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

Entre a Caridade e a Cidadania Espiritual – Marchas e Contramarchas nos 84 anos de literatura umbandista agosto 18, 2010

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É com muita alegria que divulgamos uma importante notícia obtida pelo acompanhamento do twitter do Pai Rivas (https://twitter.com/rivasneto).
A FTU disponibilizou o link com o TCC na íntegra da teóloga Carol N. M. da Luz que carrega o título:

“Entre a Caridade e a Cidadania Espiritual – Marchas e Contramarchas nos 84 anos de literatura umbandista”.

Este trabalho acadêmico sobre a literatura umbandista ao longo da história é inédito. Foi produzido no ando de 2008 e submetido ao corpo docente da FTU em abril de 2009.

O mesmo pode ser encontrado neste link:

http://www.ftu.edu.br/Site/detalheProdAcademica.php?id_producao=68

Segue o resumo do TCC:

“Este trabalho de conclusão de curso teve por objetivo fazer um painel da literatura produzida desde 1925 até os dias de hoje.

Desconhecemos alguma publicação que tenha realizado esta tarefa, e em função do volume de obras e autores, optamos por fazer uma abordagem temático-histórica.
Esquematicamente dividimos essa literatura em 3 temas básicos que nomeei de “momentos” Etimológico, Doutrinário e Teológico.

Preferimos o termo “momento” por entendermos, em consonância com o Prof. Rivas Neto, que a Umbanda é uma “unidade aberta” e está em contínua construção. Os “temas” não estão conseqüentemente “fechados”, nem a história de suas concepções doutrinárias imposta por algum tipo de codificação, muito menos por uma teologia finalizada. Entendemos por “momento” este processo incessante de construção e reconstrução que podemos observar nos livros de diferentes autores em diferentes épocas. Em resumo, procuramos mostrar a trajetória do movimento Umbandista a partir de seus escritores indo de uma concepção caritativa da Umbanda – “manifestação do espírito para a caridade”, proposta pela primeira obra, até os dias atuais em que se propugna a idéia de que a Umbanda visa resgatar a cidadania espiritual.”

Boa leitura!!!

CENSO 2010: A culpa é nossa … Agora é lutar para o Censo de 2020. agosto 18, 2010

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Olá a todos,
Estou repassando abaixo o e-mail de nosso irmão,

Tata Nkisi Etiene Sales (Pai Etiene Sales)

Sobre o Censo 2010,

Alexandre Cumino

P.S. A todos que reclamaram o Censo enviou uma resposta padrão,a mesma resposta para todos, inclusive para mim.

Estou acompanhando na Internet as reclamções de diversos setores religiosos, principalmente dentro das Umbandas, mas também nos Candomblés e Espiritismo, sobre a forma que o IBGE colocou o item religião para ser apurada.

Também estou recebendo telefonemas de pessoas dirigentes de Casas de Umbanda e Candomblé que estão reclamando, pois foram recenciados, mas não puderam declarar suas religiões.

Bem, desde 2002 venho alertando sobre isso na Internet, nas Listas, em Sites, mas não me deram ouvidos.  Falei várias e várias vezes que o IBGE apura o item religião por amostragem, ou seja, de cada 10 residências, 1 é questionada com o formulário completo que traz o item religião.  As outras 9 residências foram questionadas pelo formulário padrão que não traz o item religião.  E isso eu divulguei intensamente ao longo desses 8 anos.

Eu iniciei também as campanhas de “Umbandista, diga sim ao censo” que foi abraçada por alguns, e que acabaou gerando o “Quem é de Axé diz que é”, feita pelo pessoal dos Candomblés.  Outras pequenas campanhas para que os Umbandistas dissessem sim a Umbanda no censo de 2010 também foram feitas e, na minha opinião foi muito positivo, pois, pela primeira vez, os Umbandistas de várias correntes começaram a se unir por um objetivo comum, mostrando que, embora exista um grande diversidade e pluralidade nas Umbandas, temos muito em comum e podemos buscar objetivos em conjunto, sem que isso implique em codificaçõese coisas do gênero.

Ao longo desse tempo, também comentei que as pessoas enviassem mensagens ao site do IBGE, divulguei o email da predidência do IBGE, para que o item religião fosse colocado no formuário padrão e que esse levandamento da religião, não fosse feito por amostragem, mas sim por coleta normal, como é feito idade, sexo etc.

Isso não foi feito, não houve mobilização, não houve pressão, as pessoas não se interessaram.  Agora essas mesmas pessoas que não se interessaram se sentem ofendidas e discriminadas por não poder declarar no censo a sua religião.

De quem é a culpa, quem é o responsável pelo item religião não estar no formulário padrão?

A culpa é nossa.

Ainda nós falta coesão e senso de união.  Buscarmos objetivos em comum, que não seja um reclamar de como o outro toca a sua Umbanda ou, como já cansei de ler por ai, de impor uma codificação.

Espero que todos vejam isso como uma lição, um aprendizado e tomem , daqui por diante em diante, uma outra postura de união, de objetivos, pois isso é possivel. Quem sabe para o censo de 2020, se começarmos uma campanha Nacional a partir de agora, consigamos colocar o item religião no formulário padrão e que ele não seja mais feito por amostragem.

Erro nosso, culpa nossa, mas passível de aprendizagem e de uma nova iniciativa para o futuro:  com os erros do passado, aprendemos a construir um futuro melhor.

Enviem mais emails reclamando que não puderam declarar as suas religiões, mas peçam mudanças, pois só reclamar sem mostrar uma solução, não adianta.

Um abraço,

Tata Nkisi Etiene Sales (Pai Etiene Sales)



Diz ai ogã! julho 25, 2010

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ABC do Ogã

Autor Severino Sena

Dia 15 de Agosto na Bienal do Livro

Algumas Palavras do Autor:

Este livro foi pensado com muito carinho, pois é um trabalho dedicado às pessoas que, igual a mim, tiveram muitas dificuldades para entender um pouco do universo dos pontos e toques praticados na Umbanda. Esse universo é grande, mas a maioria das pessoas que sabe alguma coisa não gosta de passar para os que estão chegando agora; e foi pensando nisto que me dediquei à abertura de uma escola para passar tudo e mais um pouco sobre a função de um Ogã na Umbanda.

ABC do Ogâ

Traz as explicações sobre os toques, detalhados com as posições das mãos e locais de toques no atabaque, seguindo uma numeração cronológica e ritmada com as informações escritas do som.

Depois, mostra pontos específicos, alguns muito usados, como os de defumação e batimento de cabeça, e também outros, como os de toalhas, pemba e visita.

Em outra parte, apresenta os pontos mais usados, para as diversas linhas de Orixás e também às linhas dos mensageiros, como Caboclos, guias e entidades, acompanhados de uma breve explicação sobre o Orixá ou guia, com algumas saudações e sincretismos.

Todos os pontos estão classificados em sua categoria, como chamada, subida, firmeza, coroa, demandada, agradecimento, saudação, etc., para que a pessoa que irá cantar tenha a exata noção do tipo de ponto a ser cantado no momento, para que não cante qualquer ponto a qualquer momento, e sim o ponto certo no momento certo para o guia certo, a fim de obter a maior força que o ponto possa oferecer.

Severino Sena, nascido em 1958, na cidade de São Paulo, exerce sua espiritualidade na Umbanda há mais de 25 anos, sempre voltado à curimba.

Em 1991, iniciou-se no curso para formação de atabaqueiros e cantores de Umbanda. Dois anos depois, começou o curso para formação de instrutores para toques e cantos de Umbanda; formou-se e fez parte da direção até o ano de 2005. Em 2005, criou o Núcleo de Curimba Tambor de Orixá, uma escola voltada exclusivamente à formação de atabaqueiros e preparatória para futuros Ogãs, inclusive com cursos para instrutores de canto e toque.

Escreveu então este livro, passando de apostila do curso para uma obra que venha a atender todas as pessoas que queiram ter uma noção dos toques e cantos praticados na Umbanda, com simbologia gráfica das posições dos toques e cantos, com parte de teoria e diversas informações sobre as situações que acontecem nos terreiros.

Sabedoria do dia julho 25, 2010

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“Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.”
Pseudo – Willian Shakespeare

CARTA DE ÁTILA NUNES E ÁTILA NUNES NETO AO GOVERNADOR DE SANTA CATARINA julho 25, 2010

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Senhor Governador de Santa Catarina Leonel Pavan,

Vossa Excelência comanda um dos estados com maior índice de desenvolvimento humano: Santa Catarina, hoje um sonho para milhões de brasileiros que gostariam de aí residir.

Quando se fala em Santa Catarina, se pensa em civilidade.

O senhor é um político experiente. Foi vereador, prefeito por três vezes de Balneário Camboriu, deputado federal e senador da República. É um democrata experiente na Política e na Administração Pública.

Infelizmente, Senhor Governador, nos últimos dias, milhões de brasileiros que seguem a fé umbandista, sentem-se surpresos com a violência da Policia Militar de seu estado. Essa indignação podemos sentir principalmente na internet, onde são postadas mensagens de repúdio e da mais absoluta indignação.

O que aconteceu na noite de 26 de junho deste ano de 2010 na cidade de Jaraguá do Sul, nos faz lembrar o Rio de Janeiro dos anos 50, quando terreiros de Umbanda eram invadidos e seus dirigentes e médiuns presos pela polícia, hoje, algo impensável em terras fluminenses.

Naquela noite, por volta das 8 da noite, a Tenda de Umbanda Caboclo Pajelança, situada na Rua Adolfo Augusto Zie Mann, 342, Czerniewicz, Jaraguá do Sul, foi invadida por doze homens do 14º Batalhão da Polícia Militar, fortemente armados com pistolas, armas de choque, sprays de gás de pimenta e escopetas, sob o comando do sargento Adriano, que deu voz de prisão à diretora de culto Cristiane Tomaz de Oliveira

A sessão em homenagem aos pretos velhos foi interrompida sob a ameaça dos policiais, determinando às dezenas de pessoas presentes que se calassem e não se movimentassem, sob o risco de terem que usar armas de choque e gás, além de todos serem levados presos. Um ogan, menor de idade, foi conduzido algemado pra o distrito policial

Dona Cristiane, a diretora de culto, tem certeza de estar sendo vítima de perseguição religiosa, haja vista que os policiais militares ao chegarem ao distrito, mostraram um abaixo assinado de vizinhos para que o centro umbandista feche as portas e se mude do bairro.

A violência da polícia de Santa Catarina nesse episódio ultrapassou não apenas os limites legais, mas, sobretudo, o bom senso, beirando a barbárie.

Depoimentos dos presentes ao culto confirmam que a invasão – absolutamente inconstitucional flagrantemente ilegal – ocorreu em meio às ameaças dos policiais, fazendo com que senhoras e crianças entrassem pânico, chorando de medo. Ao questionar a razão da invasão, o ogan menor de idade recebeu ordem para calar-se, tendo seu atabaque danificado com violência por um dos PMs.

Por serem sobejamente conhecidos pelas autoridades, – inclusive Vossa Excelência – seria desnecessário invocar os preconceitos constitucionais que garantem aos brasileiros a “inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”

Desnecessário também, Senhor Governador, lembrar outro preceito constitucional que estabelece que “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa.

Ou então, o que preceitua o Código Penal no artigo 208, que trata de ultraje a culto, seu impedimento ou sua perturbação, considerando crime contra o sentimento religioso “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”

Saliente-se ainda, o artigo 140 do Código Penal: se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem, a pena é de reclusão de um a três anos e multa.

Finalmente, poderia ser destacada a Lei de Abuso de Autoridade (Lei Nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965) que regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade. O artigo terceiro estabelece como abuso de autoridade qualquer atentado à liberdade de consciência e de crença, ao livre exercício do culto religioso e ao direito de reunião.

É sabido por todos, Senhor Governador, que a Lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989 define os crimes resultantes de preconceito. O artigo primeiro diz que “serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97). O artigo 20 é claro, ao proibir praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada  pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Não podemos acreditar, Governador, que o senhor deixe passar em branco, sem uma atitude enérgica, severa, um episódio dessa natureza.

Essa violência jurássica da Polícia Militar, ao arrepio das leis e da Constituição, não condiz com Santa Catarina. Não condiz com a natureza boa, generosa e fraterna do povo catarinense.

Nesse ínterim, enquanto durar as averiguações dentro da Polícia Militar que pediu o prazo inacreditável de 40 dias para chegar a uma conclusão, apesar das dezenas de testemunhas do vilipêndio religioso e do abuso de autoridade, nos mobilizaremos nacionalmente para chamar atenção para a Polícia Militar de Santa Catarina que reproduz práticas coercitivas do início do século passado.

Senhor Governador, reiteramos nossa confiança no seu senso de justiça e de absoluta obediência ao Estado de Direito em vigor no Brasil, e consequentemente, no Estado de Santa Catarina.

ÁTILA NUNES e ÁTILA NUNES NETO

atilanunes@emdefesadaumbanda.com.br

PROGRAMA MELODIAS DE TERREIRO – RÁDIO METROPOLITANA AM 1090

De 2a à 6a feira, entre 23h e 24h

Criação de Átila Nunes Filho e Átila Nunes Neto

Ouça pela internet: www.radiomelodiasdeterreiro.com.br 24 horas no ar com reprises às 10h, 14h e 18h

Central telefônica 24h: (021) 2461-0055 ouvinte@emdefesadaumbanda.com.br

“Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar…”

Martin Niemöller, 1933